Qual droga faz engordar? Entenda o efeito de cada uma

Descubra quais drogas causam ganho de peso e como cada substância afeta seu metabolismo. Conheça os efeitos de diferentes drogas no peso corporal
Qual droga faz engordar Entenda o efeito de cada uma

Você já notou como algumas pessoas mudam de peso quando usam drogas? Algumas ficam magras demais. Outras engordam. O efeito varia muito.

E não é por acaso.

Cada droga age de forma diferente no corpo. Umas aceleram o metabolismo. Outras aumentam a fome. Tudo isso impacta diretamente o peso.

Dentro delas as drogas que mais engordam são: maconha, álcool, ecstasy, anabolizantes e alguns remédio ansiolíticos ou sedativos.

Na minha prática clínica, vejo essas mudanças todos os dias. São histórias reais de pessoas lutando com essas alterações físicas.

“Os efeitos das substâncias psicoativas no peso corporal são múltiplos e complexos, envolvendo alterações metabólicas, comportamentais e neurológicas que variam conforme a substância utilizada” (RIBEIRO, 2019).

Vamos entender juntos o que acontece?

Qual o impacto das drogas no peso corporal

As drogas não só afetam a mente. Elas mudam todo o corpo.

Algumas aceleram funções vitais. Outras desaceleram. Muitas alteram o apetite e a forma como digerimos alimentos.

Tive um paciente que perdeu 20kg em três meses usando cocaína. Outro ganhou 15kg após parar com estimulantes e começar a usar maconha. São mudanças drásticas.

O peso é um sinal visível de algo maior acontecendo. Um indicador de saúde.

E essas mudanças no peso trazem outros problemas. Afetam o coração. Prejudicam órgãos. Alteram hormônios.

Cada droga tem seu próprio “perfil de peso”. Vamos conhecê-los.

Estimulantes e seus efeitos no apetite

Os estimulantes tiram a fome. É quase imediato.

São drogas que aceleram o sistema nervoso. O corpo entra em um estado de hiperatividade. Gasta-se mais energia.

A sensação de fome some. Muitos usuários ficam dias sem comer direito.

O metabolismo trabalha a todo vapor. Queima-se calorias mesmo em repouso.

O resultado? Perda de peso rápida. Às vezes, perigosa.

Como a cocaína e o crack afetam seu metabolismo

A cocaína é uma bomba metabólica. Ela dispara o sistema nervoso.

O coração bate mais rápido. A respiração acelera. A temperatura sobe. Tudo isso gasta muita energia.

Vi pacientes perdendo até 10kg em semanas. É como estar em uma maratona constante.

A droga bloqueia a fome. O usuário simplesmente esquece de comer. Quando a fome volta, vem com tudo.

O crack é ainda pior. Age mais rápido. Mais intenso. Causa perdas de peso severas.

João, um ex-usuário de crack, me contou que perdeu 25kg em dois meses. Suas roupas não serviam mais. Sua saúde desabou.

Anfetaminas e a supressão da fome

As anfetaminas já foram vendidas como remédios para emagrecer. Isso diz muito.

Elas cortam a fome drasticamente. Elevam o metabolismo. Aumentam a queima de gordura.

Ana, uma paciente de 28 anos, usava anfetaminas para “ficar magra”. Funcionou. Ela emagreceu. Mas quase morreu de arritmia cardíaca.

Essas drogas enganam o cérebro. Fazem ele acreditar que o corpo não precisa de comida.

O resultado é uma desnutrição progressiva. O corpo começa a consumir seus próprios tecidos.

Metanfetamina e a rápida perda de peso

A metanfetamina causa a perda de peso mais dramática de todas as drogas.

Ela suprime completamente o apetite. Aumenta o metabolismo a níveis perigosos. Desidrata o corpo.

Os usuários perdem peso muito rápido. Ficam irreconhecíveis.

Pedro usou metanfetamina por seis meses. Perdeu 30kg. Seus dentes caíram. Sua pele ficou ressecada. Parecia muito mais velho.

É como colocar o corpo em combustão constante. Ele queima tudo que tem.

Drogas depressoras que causam ganho de peso

Enquanto os estimulantes emagrecem, os depressores engordam.

Eles desaceleram tudo. O metabolismo fica mais lento. O corpo gasta menos energia.

Muitos aumentam o apetite. Outros causam compulsão por doces e carboidratos.

O resultado? Ganho de peso gradual mas constante.

Álcool: por que ele faz seu corpo acumular gordura

O álcool é calórico. Muito calórico. Uma cerveja tem tantas calorias quanto um pão.

Mas não é só isso. Ele muda como seu corpo lida com gordura.

O fígado, ocupado processando álcool, deixa de queimar gordura. Tudo vira reserva.

Carlos bebia todo fim de semana. Em um ano, ganhou 14kg. Sua barriga cresceu visivelmente.

O álcool também aumenta a fome. Quem nunca comeu demais depois de beber?

É uma tempestade perfeita para engordar: mais calorias entrando, menos saindo.

Maconha e o efeito da “larica” no seu peso

A maconha causa “larica”. Aquela fome intensa e incontrolável.

O THC ativa receptores no cérebro que aumentam o apetite. Tudo parece mais gostoso.

Muitos usuários comem muito depois de fumar. E comem coisas calóricas: doces, frituras, massas.

Mariana ganhou 9kg nos primeiros seis meses usando maconha regularmente. Ela não entendia por quê.

A maconha também pode reduzir a atividade física. Você fica mais sedentário. Gasta menos energia.

A combinação é fatal para o peso: comer mais, mover-se menos.

Benzodiazepínicos e o metabolismo mais lento

Os “benzos” são remédios para ansiedade e insônia. Mas causam ganho de peso.

Eles desaceleram tudo. O metabolismo fica mais lento. O corpo queima menos calorias.

Alguns aumentam o apetite. Outros causam retenção de líquidos.

Tive uma paciente que ganhou 12kg em oito meses usando clonazepam. Ela não mudou sua dieta.

Esses remédios também podem causar fadiga. Você se move menos. Faz menos exercícios.

É um efeito silencioso. Você engorda sem perceber.

Drogas alucinógenas e seu impacto no peso

Os alucinógenos têm efeitos variados no peso. Nem sempre diretos.

Algumas dessas drogas não afetam o apetite diretamente. Mas mudam comportamentos alimentares.

Outras alteram o metabolismo temporariamente. Os efeitos vêm e vão.

O impacto varia muito de pessoa para pessoa. É menos previsível.

LSD e seus efeitos temporários no apetite

O LSD geralmente reduz o apetite durante o efeito. Você simplesmente esquece de comer.

A experiência é tão intensa que comida se torna irrelevante. O corpo fica em segundo plano.

Mas é temporário. Quando o efeito passa, o apetite volta.

Alguns usuários relatam mudanças na relação com comida após experiências com LSD. Às vezes, para melhor.

Um paciente me contou que parou de comer carne após uma “viagem”. Disse que “viu a conexão entre todos os seres”.

O impacto no peso geralmente não é significativo. A menos que o uso seja muito frequente.

Ecstasy e a retenção de líquidos no corpo

O ecstasy causa desidratação durante o uso. Mas depois vem o efeito rebote.

O corpo retém líquidos nos dias seguintes. É uma forma de compensação.

Muitos ganham 2-3kg de água após uma noite de uso. Parece que engordaram.

Luciana usava ecstasy todo fim de semana. Na segunda, estava sempre inchada. Na quinta, voltava ao normal.

O ecstasy também pode alterar os hormônios que regulam fluidos no corpo. O efeito pode durar dias.

Não é gordura. É água. Mas a balança não diferencia.

Opióides e as mudanças hormonais que causam ganho de peso

Os opióides são complexos. Afetam múltiplos sistemas do corpo.

Eles alteram hormônios. Mudam o metabolismo. Afetam o sistema digestivo.

O resultado geralmente é ganho de peso. Lento, mas persistente.

O pior? Muitos não percebem a conexão entre a droga e o peso.

Heroína e suas consequências metabólicas

A heroína causa ciclos de fome e inapetência. É irregular.

Durante o efeito, muitos usuários não comem. Quando o efeito passa, vem a fome.

A longo prazo, a heroína desregula o metabolismo. Hormônios ficam descontrolados.

Rodrigo usava heroína há três anos. No início, emagreceu. Depois, começou a acumular gordura abdominal.

O corpo sofre mudanças profundas. O sistema endócrino todo é afetado.

É como se o corpo esquecesse como funcionar normalmente.

Como analgésicos opióides afetam sua fome

Morfina, codeína, oxicodona. Todos podem causar ganho de peso.

Eles desaceleram o intestino. Causam constipação. Reduzem a queima de calorias.

Alguns aumentam o desejo por açúcar e carboidratos. É o corpo buscando energia rápida.

Fernanda tomava oxicodona para dor crônica. Em um ano, ganhou 18kg. Sua médica nunca mencionou esse efeito.

Os opióides também reduzem a atividade física. Você se move menos. Queima menos calorias.

O ganho de peso é lento e gradual. Quando você percebe, já ganhou muito.

Consequências do uso prolongado de drogas no peso

As mudanças no peso são só a ponta do iceberg. Vem muito mais abaixo.

Usuários crônicos sofrem alterações metabólicas profundas. O corpo “desaprende” a funcionar normalmente.

Órgãos são afetados. Músculos se atrofiam. Ossos perdem densidade.

E tudo isso é difícil de reverter. Mesmo após parar com as drogas.

Déficits nutricionais em usuários de drogas

Não é só o peso que muda. É a composição corporal toda.

Usuários de drogas frequentemente sofrem de desnutrição. Mesmo os que engordam.

Faltam vitaminas. Faltam minerais. Falta proteína de qualidade.

Roberto usava cocaína e parecia saudável. Magro, mas não demais. Os exames mostraram anemia grave e deficiência de vitamina D.

O corpo prioriza funções básicas. Sacrifica a saúde no processo.

É uma fome invisível. As células não recebem o que precisam.

Como o corpo recupera o peso após a abstinência

Parar com drogas causa mudanças de peso. Quase sempre.

Quem estava magro por usar estimulantes geralmente engorda. O apetite volta com tudo.

Quem estava gordo por usar depressores pode emagrecer. Mas nem sempre.

Amanda parou com a cocaína após cinco anos. Ganhou 25kg em seis meses. Seu corpo estava compensando.

É uma fase delicada. Muitos voltam a usar drogas por não aceitarem essas mudanças.

O corpo busca equilíbrio. Mas pode demorar anos para encontrá-lo.

Formas de controlar o peso durante o tratamento para dependência

O peso não pode ser o foco inicial do tratamento. Mas não pode ser ignorado.

Mudanças bruscas de peso desanimam. Podem levar a recaídas.

É preciso um plano. Uma abordagem gradual. Expectativas realistas.

Cada droga exige uma estratégia diferente. Não existe receita única.

Na minha clínica, trabalhamos com nutricionistas especializados. Fazemos ajustes personalizados.

O objetivo não é estar magro. É estar saudável. Em todos os sentidos.

Uma nutrição adequada ajuda o cérebro a se recuperar. Melhora o humor. Dá energia.

Exercícios físicos regulares estabilizam hormônios. Reduzem a ansiedade. Regulam o apetite.

Com tempo e paciência, o corpo encontra seu equilíbrio. Um peso saudável e estável.

O tratamento da dependência química deve considerar os aspectos metabólicos e nutricionais como parte integral da recuperação, não apenas como questões secundárias ou estéticas” (OLIVEIRA, 2022).

Conclusão

O ganho ou perda de peso é um sintoma. Um sinal do que as drogas fazem no corpo.

Estimulantes emagrecem. Depressores engordam. Alucinógenos variam. Opióides complicam tudo.

Essas mudanças no peso trazem riscos. Afetam a saúde como um todo.

Na recuperação, o peso muda novamente. O corpo busca equilíbrio.

É uma jornada. Com altos e baixos. Com desafios reais.

Mas é possível recuperar a saúde. É possível encontrar estabilidade.

Busque ajuda especializada. Um médico. Um nutricionista. Um terapeuta.

Seu corpo sabe o caminho de volta. Só precisa de tempo e apoio.

Referências

RIBEIRO, M. Efeitos metabólicos das substâncias psicoativas: uma revisão sistemática. Revista Brasileira de Psiquiatria, v. 41, n. 2, p. 117-129, 2019. Disponível em: https://www.supera.org.br/wp-content/uploads/2021/04/SUP13_modulo2_reduzido.pdf

OLIVEIRA, C. L. Aspectos nutricionais no tratamento das dependências químicas. Jornal Brasileiro de Psiquiatria, v. 71, n. 3, p. 156-163, 2022. Disponível em: https://www.scielo.br/j/jbpsiq/a/4GnBDg9NswJns3By4zmq6Gw/?lang=pt

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